quinta-feira, 8 de setembro de 2011


Hoje estou destilado, mutilado e frio.
Vagando vagarosamente entre os copos de vodka, conhaque e rum.
Das fendas do meu peito escorrem frases com o teu nome.
Todas contendo o teu belo nome; Clara... Clara...
Hoje já não sou mais um entusiasta de Botticelli,
Hoje eu cultuo Munch.
Quero que alguém grite as palavras de Rimbaud,
Eu quero o bafo do abismo soprando em minha cara,
Quero cortinas vermelhas na sala,
Clara onde você está agora?
Eu queria tudo isso,
Se não pensasse que
Estes cômodos vazios, estas gotas que não param de cair de minha face,
Este sangrar sem fim, não me aflingissem tanto.
Sou uma fonte inesgotável de lágrimas.
Já não quero mais esse amor rugindo em meu peito,
Quero o descanso dos braços maternos.
 E poder revisitar Vênus e sorrir.
E sentir a primavera sem ásco ou culpa.
E cheirar a vida, como quem cheira as flores quando está apaixonado.

Thomas

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