segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Vou olhar nos meus olhos e dizer
Tudo que é preciso.
Não vou poupar-me,
Mesmo que eu tenha que abrir os meus olhos com uma navalha e
Assim, enxergar o que me parecia impossível.

Thomas
Pelo jeito, estas respostas não estão nos livros...


Thomas

quinta-feira, 22 de setembro de 2011


Não sei...
Hoje tudo some numa neblina densa,
O sol não aquece,
A bebida não embriaga,
A cama não esquenta,
A comida não apetece.
Os teus passos, tuas mãos,
Tuas pernas não te trazem mais.
Olho... Olho tanto para aquela porta
E você não volta,
Só soube ir... Ir e pronto!
Mas, acho que fui eu quem deixou você ir,
E de tanto te deixar,
Você me deixou.
Por que sei que
De tanto te olhar,
Você me olhou
De tanto te amar,
Você me amou,
Te tanto te querer,
Você me quis,
Te tanto eu gritar,
Você gritou
E quando eu parei,
Você continuou... Continuou...
E eu fiquei aflito e só.
Com medo de estar só.
Sem jeito de fazer-me companhia,
Sem paciência para conversar comigo.
Então, resolvi desprezar-me e mantive silêncio.
Ah! Como eu queria ser embalado
Pelos braços de algum anjo azul,
E ser aquecido e protegido,
E assim,
Poder sentir-me como se estivesse dentro de um útero
E dormir... Dormir...
Olhei mais uma vez para a porta
E você...?
Hoje tudo some numa neblina densa...


Thomas
Eu tenho medo,
não solte-me.




Thomas


Haverá de existir paz nesse coração?
Haverá de ser simples sorrir?
Dormir e acordar?
Haverá um dia que eu não sinta angústia?
Hoje acordei chorando,
Fui dormir chorando.
Febre e frio absorvem-me,
Consomem-me numa ânsia desproporcional!
Quanto alarde, diria Clara com sua calma:
- Não é para tanto Sr. Thomas. Estou aqui!
Ó céus! Por quê?
Para quê me queres vivo?
Haverá um dia de paz?
Somente um?                                   



Thomas
Vou esticar o tempo,
E ver se ganho tempo,
Pra te reconquistar!


Thomas

quinta-feira, 15 de setembro de 2011





Onde estão os meus cigarros?



Thomas


Vou embora,
Já que você pegou a única coisa que me pertencia...






Thomas
 
Clara... Você está aí?
Clara...?
Estas paredes espreitam meus passos,
Estes sapados não me levam mais a lugar algum!
A amálgama inescrupulosa das últimas lágrimas,
Ainda permeam o meu quarto,
Ainda infringem o meu espaço,
O meu ser, o meu caco, meu asco, o meu saco!
 Já me perguntei, tantas vezes,
Por que você.
Logo você, que me despreza.
Que só aparece quando quer, quando lhe convém...
Sinto-me abandonado, desprotegido,
 Desguarnecido de minh´alma.
Só queria um abraço, Clara. Um único abraço.
E aí sim, minhas angústias fugiriam do teu cheiro, do teu calor,
Destes olhos tranquilos...
Ás vezes sádicos, mas mesmo assim, afáveis...
E a certeza que tenho.
A única certeza que eu tenho,
 É que eu não sei...
Não sei, por que me deixo levar,
Sempre para os baús que estão etiquetados o teu nome.
Tudo aqui tem poeira,
Menos estas etiquetas.



Thomas

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Vertigem!
Ah! as maravilhas do amor são tão passageiras...
Você estava andando do outro lado da lua...foi a última vez que a vi...


Thomas

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

"Rondaste o meu castelo solitário
como um rio de vozes e de gestos;
baixei as minhas pontes fatigadas
e conheci teus lumes, teus agrados
teus olhos de ouro negro que confundem;
andei na tua voz como num rio
de fogo e mel e raros peixes belos,
cheguei na tua ilha e atrás da porta
me deste o banquete dos ardores
teus."
Assim, sem querer fim...
sem desejar volta...
sem querer estar...
sem querer ir...
sem querer chegada...
sem querer partida...
minguar...
Chamamos de Saudade... 



Thomas

quinta-feira, 8 de setembro de 2011



Olhai as feridas desse coração, pois, já não é mais necessário olhar a beleza do meu corpo...uma vez que você me deixou...

Thomas

Hoje estou destilado, mutilado e frio.
Vagando vagarosamente entre os copos de vodka, conhaque e rum.
Das fendas do meu peito escorrem frases com o teu nome.
Todas contendo o teu belo nome; Clara... Clara...
Hoje já não sou mais um entusiasta de Botticelli,
Hoje eu cultuo Munch.
Quero que alguém grite as palavras de Rimbaud,
Eu quero o bafo do abismo soprando em minha cara,
Quero cortinas vermelhas na sala,
Clara onde você está agora?
Eu queria tudo isso,
Se não pensasse que
Estes cômodos vazios, estas gotas que não param de cair de minha face,
Este sangrar sem fim, não me aflingissem tanto.
Sou uma fonte inesgotável de lágrimas.
Já não quero mais esse amor rugindo em meu peito,
Quero o descanso dos braços maternos.
 E poder revisitar Vênus e sorrir.
E sentir a primavera sem ásco ou culpa.
E cheirar a vida, como quem cheira as flores quando está apaixonado.

Thomas

Os rostos somem... Uma multidão apagada vaga pela Avenida Paulista...
Um homem, com uma placa no pescoço está estático, na placa está escrito: quer um abraço? Mas, os transeuntes continuam suas caminhadas para dentro dos arranha-céus...
A multidão sem rosto...


segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Meu coração gagueja o nome daquele amor...
Engasga no sangue venoso,
Tropeça nas batidas... Batidas...
Um ponto, um nó, uma vela ou um gole de vinho barato,
Já não sabe mais para quê servem tais coisas.
Ga...ga...gueja...


Thomas
Na ânsia de ver-te, não me vi,
Nunca mais me vi...
E na lapela do meu paletó, ainda está,
Costurado a ouro
 E pó da última calçada que eu caí,
o teu nome posto a furos pela agulha do desejo.
Mas, na ânsia de ter-te novamente, não me tive,
Nunca mais me tive...
Quero te resgatar, mas não sei em que parte de mim está...
Quero ser livre,
Mas quero ser teu para sempre,
Quero não querer,
Ficar sem vontade,
Mas, o desejo é o que me move.
Quero morrer,
Mas, já que disse que não queria querer,
Não quero mais,
Mesmo sabendo que ainda estou querendo...
Te querendo..

Thomas