sábado, 27 de agosto de 2011


Vaga coração!Vaga...
Quantos vagões ainda há em ti,
Para ser preenchido com de doces amantes
E tantos outros momentos a serem lamentados?
Momentos em não está com sua ALMA?
Vaga coração...
Sabe que acabar chegando em uma única estação
Que interessa;
Nos braços da companhia fulanesca
de sempre.
Que te espera...espera...espera...

Thomas

terça-feira, 23 de agosto de 2011

José Castello, biógrafo e escritor, trava então o seguinte diálogo com Clarice Lispector:



J.C. "— Por que você escreve?

C.L. "— Vou lhe responder com outra pergunta: — Por que você bebe água?"

J.C. "— Por que bebo água? Porque tenho sede."

C.L. "— Quer dizer que você bebe água para não morrer. Pois eu também: escrevo para me manter viva."


sábado, 20 de agosto de 2011


Mil olhos

Eu estava sendo observado.
Cada piscar de olhos,
Cada gesto, por menor que fossem.
O meu colocar e tirar de mãos dos bolsos da calça,
Eu estava sendo observado.
Pedi um café, mas minhas mãos permaneceram intáctas,
Pois, se as tirassem dos bolsos, seriam observadas,
Minhas unhas, veias, rugas, dedos...
E lembrei imediatamente, que durante o pedido,
Os meus lábios foram observados.
Cada abrir e fechar de minha boca.
Eu estava sendo observado.
Havia mil olhos a observar-me,
Sem piscar.
Mil olhos das mais diversas cores;
Negros, azuis, verdes, castanho-claros e escuros, mel, em fim...
Eu estava sendo observado,
Por mil olhos que não pescavam.
Pensei em sair sem beber o café,
Retirar-me daquele lugar,
Depressa!
Mas, como eu poderia andar,
 Fugir de mil olhos?
Eu sentia o peso de mil olhos... Mil olhos em mim...
Quis fumar um cigarro. Como eu queria fumar um cigarro,
Mas, as minhas mãos...
Fiquei ali, por horas e horas, estático.
Ansiedade... Apreensão... Nu!
Despido de mim!
Eu estava sendo observado,
Por mil olhos.
E bruscamente tirei as mãos dos bolsos,
Acedi um cigarro.
Tomei o café em um único gole,
Sair do restaurante,
Traguei profundamente o cigarro e saí.
Vi Clara passando do outro lado da rua,
Numa pressa única.
Corri em sua direção,
Atravessei a rua sem olhar,
Fui atropelado,
Acordei no hospital com mil bocas sorrindo para mim.

Thomas

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Os meus sapatos
estão encharcados...tantas lágrimas...quanta saudade....
Onde estão os teus lenços Clara???

(Thomas)

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Ana Jácomo por Ana Jácomo

"...graças a alguns muitos antibióticos. Preciso cair no mundo e arrumar meios de subsistências..."


"...Na clareza que liberta, ao lembrar ser capaz de fazer escolhas pela própria vida, escolheu sair daquele lugar, passo a passo, gentileza a gentileza, no tempo que fosse necessário. Agora, poderia contar de novo consigo mesma. Renovar, gesto a gesto, o compromisso com o próprio coração. Sentir-se responsável pela própria felicidade com a confiança de quem recorda o que realmente mais lhe importa. E com uma vontade toda nova de, primeiro, desfrutar a dádiva da própria lindeza e do próprio amor."

Ana Jácomo

 

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Schroeter e Foucault:

Schroeter: O amor é um estado de graça, de afastamento. Numa discussão, há alguns dias, com Ingrid Caven, ela dizia que o amor era um sentimento egoísta, pois não olha o parceiro.

Foucault: Pode-se perfeitamente amar sem que o outro ame. É uma questão de solidão. É a razão pela qual, em algum sentido, o amor é sempre cheio de solicitações de um para com o outro. É aí que está sua fraqueza, porque pede sempre algo ao outro, enquanto que, no estado de paixão entre duas ou três pessoas, há algo que permite comunicar intensamente.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011


Chupe todo esse medo de minha boca,
e só assim
eu direi: Eu te amo.

Thomas





Para todo morador de rua
Há um cachorro  que lhe faça companhia
Um cachorro que olha nos olhos
verdadeiramente
Que te dá carinho, mesmo precisando
Que abana o rabo, mesmo sem receber um sorriso
Eu fui expulso do castelo do amor
sem ao menos receber uma garrafa de vinho
para enfrentar as noites frias...
Estou na rua! Na rua! E, parece que não há mais cachorros por aqui!
Estou só. 


Thomas


...Hoje eu acordei meio lírio, meio azul...
Com a chuva molhando minhas pétalas...
E eu toda molhada...
Assim, toda flor...


(Clara quando acordou.)

Thomas
...Hoje eu acordei meio lírio...meio azul...com a chuva molhando minhas pétalas e eu toda molhada...assim...toda flor...

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Seguro loucura...


Os dias vão passando...
Enquanto os livros vão me dizendo palavras...quantas palavras...
E vou permanecer aqui...intácta,
Como uma traça esquecida em alguma página
Que não foi folheada pelas mãos da criança curiosa,
Nem pelas mãos pesadas dos adultos
Mas, o meu seguro loucura é imenso
E é nele que eu permaneço...penso...fico e adormeço!
Dialética

É claro que a vida é boa
E a alegria, a única indizível emoção
É claro que te acho linda
Em ti bendigo o amor das coisas simples
É claro que te amo
E tenho tudo para ser feliz
Mas acontece que eu sou triste...
Eu sei e você sabe
Já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe
Que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos
Me encaminham a você.

Assim como o Oceano, só é belo com o luar
Assim como a Canção, só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem, só acontece se chover
Assim como o poeta, só é bem grande se sofrer
Assim como viver sem ter amor, não é viver
Não há você sem mim
E eu não existo sem você!