terça-feira, 4 de novembro de 2014


Nessa vida que se segue, são os teus olhos que vejo nas paisagens à beira do caminho. 
Essa ternura que tens no olhar no segundo que antecede o beijo, é o que me faz suspirar ao abrir a janela e ver desabrochar no leste o sol que ilumina seu dia. 

Thomas

quinta-feira, 30 de outubro de 2014


Desde quando você pousou suas asas, no que antes era telúrico, meus pensamentos não me pertencem mais. 
Vejo triunfar nas verdes colinas teus cabelos dançando ao vento, depois o teu corpo inteiro
Caminhando, quase que flutuando ao meu encontro. 
Desde que teus lábios amarraram os meus, estes olhos, outrora tristes, se perderam no encanto dos teus e ganharam brilho de vida!
Antes, vida sombria,
Ébrio sorrindo em algures e alhures, dantescas noites nos butiquins sórdidos, lambuzando-me entre as pernas das putas, carinhosamente bem pagas. Vomitando, abandonado num quarto de uma pensão. 
Algoz de mim mesmo! Indefectivelmente indecoroso!
Hoje sou rio que corre por entre a geografia do teu corpo,
 E vou... sem temor, por entre falésias e planaltos, 
Planícies e montanhas,
Matas e cachoeiras abundantes, onde ébrio fico e adormeço! 


Thomas

terça-feira, 28 de outubro de 2014



Sem querer vem os olhos, 
Vem o cheiro e depois o gosto,
Exatamente na ordem para fazer arder o meu corpo
E me matar de vontade. 
Quanta volúpia, Flor! 
Quanta doçura, Flor! 
E a boca bem feita que delisa em minha barriga,  vai...
Sabe de uma coisa?!
Vou parar de escrever e correr para os teus braços,  Flor! !

Thomas

sábado, 4 de outubro de 2014



E todas aquelas flores que saíam de seus sorrisos,
Seus longos dedos bangunçando meus pêlos...
Todo esse calor no inverno,
Tudo sobre nós...
Mas, esse seu sorriso ainda
Vai acabar me matando!

Thomas





Deitei meus olhos no decote dela,
Como se olhasse o mar.
Foi neste momento que
Aprendi a nadar! 

Thomas


sexta-feira, 3 de outubro de 2014


O fim de tarde veio vestida com vestido azul, 
Falando leve sobre as coisas da vida. 
Veio doce como açúcar e vodka em um copo de vidro,
E de súbto comeu meu olhar. 
O fim de tarde tinha hálito fresco e cheiro de jardim na primavera. 
E caindo em sua graça na noite que surgia toda molhada pela breve chuva, 
Tirando a roupa azul do fim de tarde e vestindo-a de preto molhado, 
Beijei a boca nua que gemia,
Enquanto as línguas se conheciam na tarde que findava.


Thomas

terça-feira, 23 de setembro de 2014


Pensamentos explodem pela sala, 
A fumaça do cigarro dança com as minhas reminiscências...
Pensamentos chocam-se nos cantos das paredes, 
Dão a volta na estante e voltam com mais força.
O ecoar das náuseas enrugadas fustigando pesares.
Pertinaz e latente meu silêncio grita na sala nebulosa. 
Tento com débil destreza persuadir minha boca, 
Querendo que diga SIM.
Reinvento-me como um menino de cristal.
Pedaços no chão! 
Intactos cada um ao seu modo. 
A fumaça do cigarro borbulha na panela dos meus pensamentos, 
Sente-se.
Sirva-se.
Experimente com uma taça de vinho tinto. 

Thomas

terça-feira, 16 de setembro de 2014



Amo essa ideia de existir
Tão densa e mentirosamente
Em minha mente. 
Amo essa ideia do teu cheiro
E da tua língua, dessas coxas
Grossas, essa volúpia, 
Esse tesão todo que sente quando me olha. 
Qualquer dia vai me devorar
Por inteiro de tanto olhar e olhar... 
O que você pensa quando me ver? !
Diga- me! O quê? 

Thomas

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

vinho tinto



Abra a garrafa

Deixe o vinho respirar... 
Reserve a pressa aos garotos
Que não sabem beijar sem ter a ereção antes dos olhos e do olhar. 
Cheire a rolha, respire...
Deslize o líquido sagrado no vão da taça, 
Sinta as notas tilintarem
Em suas papilas gustativas,
Explosões! Explosões...!
E caia em meus braços
Gritando Sauvignon, Merlot,  Malbec e tantas outras! !

Thomas

quinta-feira, 21 de agosto de 2014



Meu amor se ramifica nas paredes do teu corpo, 
Penetrando por entre os poros dilatados, 
Enroscando em teus pêlos, 
Embrenhando em teus cabelos,
Segurando teus seios, 
Amarrando tuas mãos, 
Puxando tua cintura, 
Molhando a tua boca. 

Thomas

domingo, 17 de agosto de 2014



Mesmo com esse inverno rigoroso,

Meu coração insiste em cultivar flores de cores diversas e odores infindáveis. 
Que se ramificam intensamente a cada segundo. 


Thomas


Abandonei-me em águas turvas,
Caí em beijos fadados ao fracasso,
Não fui sereno, pois não tive tempo de sê-lo.
Nunca soube deveras como amo, com os meus olhos calmos e nunca saberá.
Pois sempre causou-me uma certa angústia...
Portanto, nunca de fato me fez pleno.
Apenas Clara, esta que sempre me deu paz até a alma sabe como sou eterno e sereno.
Clara soube me amar e recebeu todo o meu amor, porque entreguei-me sem medo e sem pressa.
E valerá por muitas vidas. ..!

Thomas


terça-feira, 12 de agosto de 2014

De lagarta à borboleta



Soltou os cabelos,

Realçou a maquiagem, 
Aprendeu sobre Jazz, 
Comprou um piano,
Conheceu vinhos, massas, queijos, beijos, seios e mãos. 
Frequentou universidades, 
Feiras alternativas,
Aperfeiçoou o vocabulário, 
Aumentou o decote,
Visitou cafés e espeluncas.
Sorriu e chorou.
Limou a cor rosa, deu preferência ao preto e o vermelho.
Unhas sempre curtas para deleites.
Não gritava mais, gemia para a Vida.
Gostava de dormir com os pés em cima dos meus.
E como toda fruta que amadurece caiu do pé,
calçou seus sapatos e foi embora acenando tchau com o meu xale azul.

Thomas


segunda-feira, 31 de março de 2014



O espúrio esplêndido da traição passou cortando fogo pelo céu molhado de minha boca e dos meus olhos.
Conjecturas no afã de uma raiva sacra,
Fez - me perceber que todo o tempo,
O tempo todo usou de persuasões falsas.

Thomas


segunda-feira, 24 de março de 2014




Não são alegorias, espectros,  quimeras.  Não, nao são.  
É amor.  E amor dos bons.  Daqueles que arrebatam,  não somente o corpo .
 É arrebatamento de alma. 
É peso para a vida toda.  Não como um fardo, mas como se pesam flores quando não se tem moedas.

 Thomas

domingo, 9 de março de 2014



Sou fúria em teu peito,
Sou descaso e rebento.
Sou aço e asco para as tuas mentiras,
Sou dor para a tua dor,
Mas, dentre tudo sou eu quem te causa náusea.

Thomas

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014