Estava
vivo, mas tinha
Caído
em poços profundos cheios de agonia,
E
nesse vale de sombras e dores, tormento e morte,
Nasceram
lírios azuis.
Brotaram
como uma revoada de fênix
A
gloria dos meus dias depois de minha morte aos 23 anos,
Renasci
de um lírio azul e nos braços de Clara.
Bebi
em tua boca rara o que é raro só para os raros,
O
amor inato aos seres humanos me foi concedido como um milagre grandioso das
mitologias Clássicas
Majestosas,
porém incompreensíveis para as mentes comuns.
Eu
não fui Lúcifer, nem Deus,
Mas
tive pecados e bênçãos.
Nem
Zéfiro, mas roubei Clara,
Nem
Baco, entretanto tive bacantes.
Tive mais vida quando morri.
E
num súbito caí nos lábios macios e me tomei em delírio e amor.
Banhei-me
por inteiro no amor de Clara,
Chupei
os dedos depois de comer, dispensei as etiquetas,
Lambi
os lábios, e ainda assim, deixei escorrer pela gola de minha camisa toda a
enxurrada que jorrava de nós.
Eu
fui um dilúvio, não um homem.
Quando
todas as passagens secretas do meu corpo forem lidas pelos teus jovens olhos é
por que, certamente descobriu as passagens da velha casa para um mundo que não
seja este calabouço seiscentista.
Eu
teria ficado mais louco que já sou se vivesse sem meus vinhos, meus livros,
minha arte, minha Clara.
O
disfarce da vida neste século são os heterônimos,
E
o dinheiro nos dar as asas que precisamos.
Subterfúgios
necessários para poupar-me da cruz que carrego dos Grand-Croix.
Thomas