E foi assim Ela lá no mundo dela,
Um mundo azul-claro com estrelas cadentes, fumaça de cigarro, perfume de madeira pele lisa, mãos macias.
Numa floresta inquieta de suposições e amores magoados. Gozando uma melancolia sensual dentro de uma redoma de ninfas lésbicas, cheio de objetos dos quais eu não conseguia identificar. Tentava entrar no meu mundo azul-escuro.
Sem mais, nem menos... Plantada como flor de primavera, toda linda dentro de um ramalhete de lírios azuis.
Uma borboleta azul cochichava indecências naquela orelha, e Ela deslizava as mãos nas próprias pernas, desejando que aquelas tantas palavras se tornassem realidade.
Quimera!Quimera!!!
Eu via tudo como um sexo calmo, que mudava rapidamente para a pressa que só a paixão consegue ter e dar a Seres inquietos como nós.
Não teve braços para abraços, nem bocas para beijos de tiraram o fôlego! Nem olhos para criarem olhares inesquecíveis, nem pele para sentir o cheiro, apenas minha imaginação.
Eu quando choveu muito forte e o terceiro trovão caiu, um bilhete se fez necessário e você me escreveu: - Vou para o Sul!Adeus Sr.Thomas! Até nunca mais!
Mas adeus?Pensei atônito. Despedir-se?
Eu teria que esquecer o que?
Ah! Esquecer... As palavras, Os olhos, nem a boca, nem o cheiro, nem abraços... Não havia nada para esquecer, por que eu ainda queria prová-los, todos numa noite infinda, para depois poder esquecer-te, em fim...
Ainda não é possível esquecer, por que preciso olhá-la, mastigá-la, morde-la, apertá-la contra o meu corpo, te amar em uma única noite perfeita!
Borboletas azuis voam no ar...!
Cigarro...fumaça...perfume madeira...ternura...calcinha...a linha do corpo...parece que saía de uma ramalhete de flores...Minha mente não para. Os pensamentos não cessam...
Preciso sair, beber e fumar!Mas, penso de novo, nos olhos...a linha do busto...tudo de novo!!
Vezes e mais vezes!Numa sede que não é nova, mas vem nova novamente num passado que não tivemos...
Thomas