domingo, 19 de junho de 2011

É preciso...

É preciso descartar o asco,
Quebrar a casca, sair do casulo tépido
Que remetia ao calor uterino com o cálido líquido amniótico
É preciso
 Sair...
 Correr...
 Voar...
 Saltar
Pular da vertiginosa altura dos braços maternos
É preciso se quebrar,
Quebrar as costelas, os ossos do corpo e se reconstituir o mais breve possível
É necessário e inevitável saltar para o vazio (vida)
Que só ganhará o nome de vida,
 Depois que andar pelos fios tênues da trama singela
Que somente ela (a vida) possui
É preciso se rasgar,
Rasgar as capas do peito,
Criar pele nova,
Criar outro sorriso,
Criar outro olhar,
Outros gestos,
Um novo jeito de andar,
De falar, de sentir, de dormir, de respirar, de amar, de viver
Sentir o vento envergar a coluna
E depois andar ereto
É preciso criar deuses para se perdoar,
É imprescindível se amar, mesmo despido da casca
Para não ser vítima de sua própria insanidade

Thomas

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