domingo, 29 de março de 2020



O velho caos está escorrendo...
Ouço vozes de Clara...
Clara luz do dia que me acalenta.
Um grão de esperança cai em mim.
Tomo um velho vinho que ocupava a preteleira.
Vou para o mar,
Quero te encontrar...
Não recebo cartas...
Durmo.

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Deixar o amor ir...



Noite fria e fugas,
Calada,
Miragem de outra.
O silêncio me faz recordar o quanto preciso gritar.
Eu penso em mim, depois que penso em nós dois,
Lembro-me das hastes que teu copo tem,
Mas vou deixar que a vida pense.
Estou enlouquecido de amor
Não me cabe pensar em algo lúcido
Quero me deixar levar
Por que é bom
Decido depois se foi bom ou ruim.


quinta-feira, 5 de novembro de 2015



Borbulhando em mim,
Você vai me desconstruindo aqui,
e me construindo ali...
É lava que lava a vela suja do meu navio envelhecido!
Mas, sei que é o momento certo para eu tirar a poeira dos melhores vinho 
Que estão no porão,
Pois neles guardei o melhor de minh`alma!



Thomas

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Sensações




A boca que mira o olho,
Que mira a boca,
Que sai da mira quando mete a mão
Na cintura dela.
Os corpos, poemas concretos suspensos
Em céu azul-anil,
 Pingam suor e vela no chão da cela.
Pingam saliva e gozo na coxa dela.
E o olho que mira a boca,
Que miram balões,
Desamarram o corpo que cai no chão.
Olhos mirando paisagens oníricas...
Arfando " te amo".


Thomas 

terça-feira, 14 de abril de 2015



Dentro desse azul-frio vago só,
Lado esquerdo.
Dentro desse azul-quente derretem pernas
de mulher e línguas de serpentes,
Lado direito.
Dentro desse azul-desbotado vive um ser quase morto,
Meio.


Thomas

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015



Quando a primeira lágrima disparou, meu coração quis sair do peito, 

Como quem não tem ar.
Quando a segunda lágrima disparou, meu coração quis ficar no peito, 
Como quem quer morrer no mar, só pela culpa de não saber nadar. 


Thomas


Quando caí em tua boca pela primeira vez
Pensei em correr em direção oposta,
Medo das cores que teus olhos poderiam ter...
Peguei o violão e fiz uma música!

Thomas


terça-feira, 4 de novembro de 2014


Nessa vida que se segue, são os teus olhos que vejo nas paisagens à beira do caminho. 
Essa ternura que tens no olhar no segundo que antecede o beijo, é o que me faz suspirar ao abrir a janela e ver desabrochar no leste o sol que ilumina seu dia. 

Thomas

quinta-feira, 30 de outubro de 2014


Desde quando você pousou suas asas, no que antes era telúrico, meus pensamentos não me pertencem mais. 
Vejo triunfar nas verdes colinas teus cabelos dançando ao vento, depois o teu corpo inteiro
Caminhando, quase que flutuando ao meu encontro. 
Desde que teus lábios amarraram os meus, estes olhos, outrora tristes, se perderam no encanto dos teus e ganharam brilho de vida!
Antes, vida sombria,
Ébrio sorrindo em algures e alhures, dantescas noites nos butiquins sórdidos, lambuzando-me entre as pernas das putas, carinhosamente bem pagas. Vomitando, abandonado num quarto de uma pensão. 
Algoz de mim mesmo! Indefectivelmente indecoroso!
Hoje sou rio que corre por entre a geografia do teu corpo,
 E vou... sem temor, por entre falésias e planaltos, 
Planícies e montanhas,
Matas e cachoeiras abundantes, onde ébrio fico e adormeço! 


Thomas

terça-feira, 28 de outubro de 2014



Sem querer vem os olhos, 
Vem o cheiro e depois o gosto,
Exatamente na ordem para fazer arder o meu corpo
E me matar de vontade. 
Quanta volúpia, Flor! 
Quanta doçura, Flor! 
E a boca bem feita que delisa em minha barriga,  vai...
Sabe de uma coisa?!
Vou parar de escrever e correr para os teus braços,  Flor! !

Thomas

sábado, 4 de outubro de 2014



E todas aquelas flores que saíam de seus sorrisos,
Seus longos dedos bangunçando meus pêlos...
Todo esse calor no inverno,
Tudo sobre nós...
Mas, esse seu sorriso ainda
Vai acabar me matando!

Thomas





Deitei meus olhos no decote dela,
Como se olhasse o mar.
Foi neste momento que
Aprendi a nadar! 

Thomas


sexta-feira, 3 de outubro de 2014


O fim de tarde veio vestida com vestido azul, 
Falando leve sobre as coisas da vida. 
Veio doce como açúcar e vodka em um copo de vidro,
E de súbto comeu meu olhar. 
O fim de tarde tinha hálito fresco e cheiro de jardim na primavera. 
E caindo em sua graça na noite que surgia toda molhada pela breve chuva, 
Tirando a roupa azul do fim de tarde e vestindo-a de preto molhado, 
Beijei a boca nua que gemia,
Enquanto as línguas se conheciam na tarde que findava.


Thomas

terça-feira, 23 de setembro de 2014


Pensamentos explodem pela sala, 
A fumaça do cigarro dança com as minhas reminiscências...
Pensamentos chocam-se nos cantos das paredes, 
Dão a volta na estante e voltam com mais força.
O ecoar das náuseas enrugadas fustigando pesares.
Pertinaz e latente meu silêncio grita na sala nebulosa. 
Tento com débil destreza persuadir minha boca, 
Querendo que diga SIM.
Reinvento-me como um menino de cristal.
Pedaços no chão! 
Intactos cada um ao seu modo. 
A fumaça do cigarro borbulha na panela dos meus pensamentos, 
Sente-se.
Sirva-se.
Experimente com uma taça de vinho tinto. 

Thomas

terça-feira, 16 de setembro de 2014



Amo essa ideia de existir
Tão densa e mentirosamente
Em minha mente. 
Amo essa ideia do teu cheiro
E da tua língua, dessas coxas
Grossas, essa volúpia, 
Esse tesão todo que sente quando me olha. 
Qualquer dia vai me devorar
Por inteiro de tanto olhar e olhar... 
O que você pensa quando me ver? !
Diga- me! O quê? 

Thomas