terça-feira, 30 de julho de 2013

sábado, 27 de julho de 2013




Quando estes dias tristes ficam tristes de verdade
É por que é hora do sol sair.
Mas não se pode permanecer nublado por dentro.
É preciso soprar as nuvens que se tem no peito
E nos olhos, para sair do inverno que inseriu.
Se pôr a sorrir por besteiras já
É um início razoável para dispensar os pensamentos turvos.


Thomas 


Devolva minhas horas,
Devolva meus beijos e meu encanto,
Devolva meus olhares, meus olhos,
Minha boca e minha língua,
Pois ainda quero falar,
Devolva a fumaça dos cigarros,
Devolva minhas lágrimas e meus abraços,
Devolva meus gestos,
Devolva meus cabelos pretos,
Devolva meus segundos e meus minutos,
Meus dias inteiros ao teu lado,
Devolva meus carinhos,
Minha atenção,
Devolva meu ar,
Meus sorrisos,
Coloque tudo em caixas grandes e jogue no quintal
Assim que eu acordar desço para recolher-las.


Thomas

Pagina número 83 do primeiro diário.

          


Estava vivo, mas tinha
Caído em poços profundos cheios de agonia,
E nesse vale de sombras e dores, tormento e morte,
Nasceram lírios azuis.
Brotaram como uma revoada de fênix
A gloria dos meus dias depois de minha morte aos 23 anos,
Renasci de um lírio azul e nos braços de Clara.
Bebi em tua boca rara o que é raro só para os raros,
O amor inato aos seres humanos me foi concedido como um milagre grandioso das mitologias Clássicas
Majestosas, porém incompreensíveis para as mentes comuns.
Eu não fui Lúcifer, nem Deus,
Mas tive pecados e bênçãos.
Nem Zéfiro, mas roubei Clara,
Nem Baco, entretanto tive bacantes.
 Tive mais vida quando morri.
E num súbito caí nos lábios macios e me tomei em delírio e amor.
Banhei-me por inteiro no amor de Clara,
Chupei os dedos depois de comer, dispensei as etiquetas,
Lambi os lábios, e ainda assim, deixei escorrer pela gola de minha camisa toda a enxurrada que jorrava de nós.
Eu fui um dilúvio, não um homem.
Quando todas as passagens secretas do meu corpo forem lidas pelos teus jovens olhos é por que, certamente descobriu as passagens da velha casa para um mundo que não seja este calabouço seiscentista.
Eu teria ficado mais louco que já sou se vivesse sem meus vinhos, meus livros, minha arte, minha Clara.
O disfarce da vida neste século são os heterônimos,
E o dinheiro nos dar as asas que precisamos.

Subterfúgios necessários para poupar-me da cruz que carrego dos Grand-Croix.


Thomas